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UMA OBRA DE FICÇÃO ESCRITA A QUATRO MÃOS
 
Uma única história sobre dois personagens escrita por dois autores, simultaneamente, sem enredo e sem roteiro.

As regras:
1. Nada é combinado.
2. Um autor só escreve após um post do outro.

Naturalmente, comece pelo post mais antigo.
 
Driblei os "supercuidados" da mamãe ontem a noite e saí do meu ap quase que às escondidas para encontrar duas amigas. Bebemos, embora eu não devesse, e acabei me abrindo com elas. Contei sobre o meu padrasto, sobre como o sofrimento da mamãe só passou quando ela o encontrou, e como isso também significou o início do meu. Contei sobre o Júlio, o porquê do nosso casamento. Disse sobre a falta do papai, o ciúmes da família nova dele, e como eu não conseguiria contar toda a verdade pra mamãe, embora o monstro que ela considerava rei já tenha morrido. Não desejo morte a ninguém, claro que não, mas me deu um alívio estranho quando soube do ataque cardíaco dele. Mamãe custou a se recuperar. Hoje está melhor, mas talvez por isso se assuste tanto com minha anemia. Meu Deus, é só uma anemia.
Contei grande parte do passado que eu tento esconder até de mim mesma. Coisas que só o Júlio sabe. Mais ninguém. Disse o quanto me dói ter que mentir pra mamãe, mas que, ao mesmo tempo, só traria sofrimento se ela soubesse da verdade.

Depois de boas doses de whisky e algumas lágrimas - a Marina chorou muito - voltei para casa de táxi e dormi com a roupa do corpo.

Acordei com dor de cabeça e sede. Mamãe não estava em casa. Aproveitei para telefonar para a rádio e saber se posso buscar hoje as fotos.
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