Vinte dias abençoados. Após três anos sem férias, finalmente, o merecido descanso. Vinte dias de atividades fúteis que foram de organizar em ordem cronológica os 1.163 discos a instalar o Atari na TV de vinte e nove. As únicas regras a que me submeti foram: não ficar sóbrio por mais de 4 horas, não calçar nada além de chinelos e em hipótese alguma ligar o rádio.
Saldo: Conheci uma garota de 20 aninhos que me deu 23; peguei micose no rio; recusei três ofertas no Boogie-Woogie; comi ostra pela primeira vez; tomei a sopa de colve da minha mãe; ganhei cinco quilos; assisti Pica-pau; discotequei na Purple numa festa que entrou pros anais; comprei um disco raríssimo do The Doors; aprendi a pilotar moto; briguei com a Taís por causa da guria de 20 anos.
Levantar da cama foi punk, mas, na verdade, já estava sentindo falta daquele carpete fedorento do estúdio. Pra minha alegria, reformaram o escritório e minha mesa agora fica de frente pro janelão. De lá, avisto um prédio enorme que imagino ser residencial. Preciso de um binóculo.
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